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sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Pequena Miss Sunshine

Olá Pessoal,

Primeiramente, peco desculpas pela falta de postagens. Estou em viagem, fazendo cursos e descobrindo coisas interessantes sobre projetos contra o bullying aqui na Europa. Em breve postarei coisas bacanas sobre essa experiência.

Bom, mas coloco hoje um texto muito bom. Não é sobre bullying, mas vale a pena a reflexão. Afinal, trata-se de moralidade, futuro, educação, enfim, retrata uma realidade. Parabéns ao autor do texto!!

Espero que gostem!

Carolina Giannoni Camargo.

 Segue o texto!

Pequena miss sunshine


Todos os pais acreditam ser a sua prole o suprassumo da humanidade. São os filhos mais bonitos do mundo, inteligentes demais para idade, talentosos com a bola. É normal, chama-se corujice, e lá no começo da humanidade deve ter sido importante para proteger os filhos e garantir a existência da espécie.
Até aí tudo bem. Até é fofo ver os pais babarem por seus filhos e nos bares enaltecerem as qualidades deles, como já declinam verbos de maneira correta, como a meleca é mais verdinha. Mas tenho a impressão que isso vem passando dos limites do razoável. Já tinha me chocado com um programa sobre concursos infantis que passa em um canal de TV a cabo. As meninas se vestem, desfilam, respondem a perguntas como se fossem verdadeiras mulheres, candidatas a miss universo em potencial. Tem até concurso de talentos.
Desde o primeiro instante aquilo me chocou. Achei bizarro como mães e pais projetam nos seus filhos sonhos que povoaram as suas mentes quando eram jovens. A criança, parece, passa a ter o mesmo sonho dos pais, procura corresponder às expectativas nela depositada.
A cada episódio, chororôs e acusações de manipulação de resultados. Frustrações, muitas frustrações. A esta altura já não se sabe mais quem é a pessoa mais triste, a mãe — ao tomar contato com a realidade de que algumas pessoas (tolas, claro) não acham a filha dela a mais bonita, talentosa, simpática e inteligente de todo o mundo — ou a criança, que de tanto elogio parental, passou a acreditar nas mesmas coisas que a mãe.
Até aqui tudo bem, diria um filme. Mas, segundo a velha e pétrea Lei de Murphy, nada é tão ruim que não possa piorar.
Ao depositarem seus sonhos e desejos nas costas dos filhos, os adultizam precocemente. Acham, por exemplo, normal seios postiços em crianças de quatro anos. Querem as transformar em verdadeiras mulheres de 4 anos de idade. Ou, ainda, pôr botox na belezura de 8 anos de idade e dar cirurgias plásticas de presente para adolescentes.
Não se questionam padrões, se submetem a eles. Não se questionam padrões, submetem a eles suas lindas filhas. Temos, assim, toda uma geração de crianças hipersexualizadas (correspondendo aos desejos dos pais) e extremamente frustradas por não conseguirem correspndê-los.
Jogadas desde cedo num mundo brutal e hipercompetitivo, o que serão delas? O que, de fato, estamos criando?

terça-feira, 19 de julho de 2011

Quando a escola é o espaço do inferno

Quando a escola é o espaço do inferno

Ruth de Aquino
Época
RUTH DE AQUINO
é colunista de ÉPOCA
raquino@edglobo.com.br
Quase 1.000 alunos são punidos, suspensos ou expulsos por dia nas escolas. Quase 1.000 por dia, alguns com 5 anos de idade! Por abusos verbais e físicos. No ano passado, 44 professores foram internados em hospitais com graves ferimentos. Diante do quadro-negro, o governo decidiu que professores poderão “usar força” para se defender e apartar brigas. E poderão revistar estudantes em busca de pornografia, celulares, câmeras de vídeo, álcool, drogas, material furtado ou armas.
Achou que era no Brasil? É na Grã-Bretanha.
Os dados são de um relatório governamental. “O sistema escolar entrou em colapso”, diz Katharine Birbalsingh, demitida do Departamento de Educação depois de criticar a violência nas escolas públicas inglesas. “Os professores acabam sendo culpados pela indisciplina. A diretoria da escola estimula essa teoria, os alunos a usam como desculpa e até os professores começam a acreditar nisso. Eles não pedem ajuda com medo de parecer incompetentes.”
Os alunos jogam a cadeira no mestre, chutam a perna do mestre, empurram, xingam. Ou furam o mestre com o lápis, fazem comentários obscenos, estupram, ameaçam com facas. Alguns são casos extremos pinçados pela imprensa. Os números na Grã-Bretanha preocupam. Mostram que as escolas precisam restaurar a autoridade perdida. Muitos professores abandonaram a profissão por se sentir impotentes. Educadores mais rigorosos pregam tolerância zero com alunos bagunceiros e que não fazem seu dever de casa.
As reflexões de lá são iguais às de cá. A violência nas escolas seria uma continuação do lado de fora, na rua e nos lares. A hierarquia cai em desuso. Valores e limites, que quer dizer isso mesmo? Crianças e adolescentes não respeitam ninguém. Nem os pais, nem as autoridades, nem os vizinhos, os porteiros, os pedestres, os colegas, as namoradas. Há uma falta de cerimônia, pudor e educação no sentido mais amplo.
E aí a culpa é jogada nos pais. Por não mostrarem o certo e o errado. Não abrirem um tempo de qualidade com os filhos. Esquecê-los em frente a um computador ou televisão. O de sempre. O aluno que peita o professor também xinga os pais. Aric Sigman, da Royal Society of Medicine, em Londres, autor do livro The spoilt generation (A geração mimada) , afirma que, hoje, até criancinhas nas creches jogam objetos e cadeiras umas nas outras. “Há uma inversão da autoridade. Seus impulsos não são controlados em casa. É uma geração mimada que ataca especialmente as mães”, diz ele.
Muitos professores abandonam o ensino por se sentir impotentes diante da violência dos alunos
E o que o governo britânico faz? Manda o professor revidar. Até agora, ele era proibido de tocar no aluno, mesmo ao ensinar um instrumento numa aula de música. A nova cartilha promete superpoderes aos professores. Mestres, usem “força razoável”, vocês agora têm a última palavra para expulsar um aluno agressivo, revistem mochilas suspeitas. Dará certo? Não acredito. Sem diálogo e consenso entre famílias, escolas, educadores e psicólogos, esse pesadelo não tem fim.
No Brasil, a socióloga Miriam Abramovay, da Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais (Flacso), admite que os professores passaram a ter medo. Numa pesquisa para a Unesco em Brasília, em 2002, um depoimento a chocou: “Um professor me disse que ia armado para a escola. Como se fosse uma selva. Isso mostra total descrença no sistema”. Ela acha que o Brasil está investindo dinheiro demais em bullying, mas esquece todo o resto: “Nossa escola é de dois séculos atrás”. Os ataques aos professores não se limitam à sala de aula. Carros dos mestres são arranhados, pneus são furados. Eles não têm apoio nem ideia de como reagir. Muitos trocam de escola ou abandonam a profissão.
Quando Cristovam Buarque era ministro de Lula, tinha, com Miriam, um projeto nacional de “mediação escolar” para prevenir conflitos, melhorar o ambiente e estimular o aprendizado. “Paulo Freire dizia que a escola era o espaço da alegria, do prazer, mas assim ela se torna o espaço do inferno”, diz Miriam. O projeto não vingou. Cristovam abandonou o barco por sentir que Educação não era prioridade nos investimentos. E continua não sendo. Deveria ser nossa obsessão.

Fonte: http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/1,,EMI249495-15230,00.html

sexta-feira, 6 de maio de 2011

Marcos Rolim fala sobre bullying

Lideranças definem ações para prevenir violência escolar

Data:05/05/2011 - 09:03

Cidade:Regional



Os conflitos, as inquietudes e os medos enfrentados pelos jovens no âmbito escolar foram debatidos ontem em um encontro no Galpão Crioulo do Palácio Piratini. Representantes dos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, além de acadêmicos e representantes de movimentos sociais, participaram do Governo Escuta, nome dado ao fórum, que, segundo o governador Tarso Genro, tem o objetivo de elaborar políticas públicas para o enfrentamento de problemas sociais. Neste encontro, o debate foi voltado à violência na escola.
A Secretaria da Educação (Seduc), através de seu titular, José Clóvis de Azevedo, destacou que a tarefa da pasta é fazer com que a comunidade escolar se mantenha articulada com a sociedade. "Juntamente com as instituições e as coordenadorias de ensino, estamos construindo comitês para articular projetos e mecanismos de coibir a violência em suas diferentes formas", explicou Azevedo.
O pesquisador e consultor da Unesco Marcos Rolim apresentou ao governo os principais desafios referentes ao bullying. Ele destacou que algumas pessoas estão banalizando o termo. "É bom definirmos que o bullying é um conjunto de agressões, intencionais e repetitivas, entre pares, marcadas por um desequilíbrio de poder muito comum nas escolas, causando angústia e sofrimento", resumiu.
A palavra é de origem inglesa, bully, que significa valentão. Esta prática, que muitas vezes não é conhecida ou revelada por quem sofre, vem sendo acompanhada por pesquisadores, com o objetivo de formular planos preventivos para que novas agressões não ocorram. Frequentemente, crianças e adolescentes vítimas de bullying acabam cometendo suicídio. Agressões físicas, insultos, intimidações, apelidos cruéis, acusações injustas, furtos, roubos, exclusão, isolamento e, mais recentemente, o cyberbullying, são algumas formas utilizadas pelos jovens na prática deste tipo de violência.
Rolim lembra que o fenômeno é universal e está presente em todas as escolas. "O problema enfrentado, na busca da solução, é que as pessoas se calam diante da intimidação. Parte das vítimas se torna autor, formando um ciclo de violência que se autorrealimenta", argumentou o pesquisador.
Em sua grande parte, o abuso se dá de forma física em meninos, e da maledicência em meninas. De acordo com Rolim, um levantamento apontou que em torno de 34% dos meninos e 27% das meninas sofrem algum tipo de bullying, esta uma média mundial. No Brasil, uma pesquisa feita pela Associação Brasileira Multiprofissional de Proteção à Infância e à Adolescência (Abrapia) indicou que, num universo de 5.875 entrevistados, 40,5% sofriam alguma agressão. O diretor da escola Padre Réus, Rui Guimarães, o coordenador-executivo da Central Única das Favelas no Rio Grande do Sul (Cufa/RS), Manoel Soares, e o professor da Ufrgs José Vicente Tavares também apresentaram suas reflexões.
Tarso concluiu a apresentação do Governo Escuta ressaltando a participação de diversos segmentos da sociedade na concepção de um trabalho preventivo. "Estamos todos juntos desenhando um programa de trabalho, que visa à prevenção e à reeducação nas escolas do Estado", disse. Uma campanha publicitária, que, de acordo com Tarso, não deve ficar apenas na mídia, deverá ser lançada no segundo semestre. "Foi um desejo meu que a primeira campanha publicitária (da gestão) fosse focada na educação e em suas diferentes vertentes", concluiu.
Fonte: Deivison Ávila/J. do Comércio

Parabéns Marcos Rolim,
o bullying não deve ser banalizado, relembrou as características do bullying muito bem! Bom trabalho.

Carolina Giannoni Camargo 

quarta-feira, 20 de abril de 2011

Precisamos Educar e NãO punir!


Pessoal, vejam: São Paulo está indo pelo caminho contrário no que diz respeito a prevenção e o combate ao bullying. Digo isso pois, Serra negou assinar o projeto de lei de prevenção ao bullying quando era governador e agora, querem aprovar isto, leiam: 
 
Fonte: http://w.w.w.d24am.com/noticias/brasil/promotores-querem-tornar-bullying-crime/21914

Pela proposta, pode ser penalizado quem expuser alguém de forma voluntária e mais de uma vez a constrangimento público, escárnio ou degradação física ou moral.
São Paulo, 18 (AE) - Promotores da Infância e Juventude de São Paulo querem que o bullying seja considerado crime. Um anteprojeto de lei elaborado pelo grupo prevê pena mínima de 1 a 4 anos de reclusão, além do pagamento de multa. Se a prática for violenta, reiterada e cometida por adolescente, em caso de condenação, o autor poderá ser acolhido pela Fundação Casa.

Pela proposta, pode ser penalizado quem expuser alguém de forma voluntária e mais de uma vez a constrangimento público, escárnio ou degradação física ou moral, sem motivação evidente e estabelecendo com isso uma relação desigual de poder.

Se o crime for cometido por mais de uma pessoa, por meio eletrônico ou por qualquer mídia (cyberbullying), a pena será aumentada de um terço até a metade. E, se cometido contra menor de 14 anos ou pessoa com deficiência mental, a pena aumenta ainda mais um terço.

Quando resultar em lesão grave, a pena será de reclusão de 5 a 10 anos. Se ocasionar a morte da vítima, a reclusão será de 12 a 30 anos, além de multa - a mesma prevista para casos de homicídios. O anteprojeto prevê ainda que, se a prática resultar em sequela psicológica à vítima (provada por meio de laudos médicos e psiquiátricos), a pena de reclusão será de 2 a 6 anos e multa.

"Hoje, como não há tipificação legal específica, os casos são enquadrados geralmente como injúria ou lesão corporal", diz o secretário executivo da Promotoria e autor da ideia, Mario Augusto Bruno Neto. O anteprojeto será submetido no próximo dia 6 de maio a aprovação na Promotoria da Infância e Juventude do Ministério Público e, depois, encaminhado ao procurador-geral, Fernando Grella, que deve enviar o texto a um deputado federal para que seja encaminhado ao Congresso. Antes disso, a proposta será divulgada no site do MP para consulta pública.

Crítica
Para a educadora Madalena Guasco Peixoto, da Faculdade de Educação da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), a proposta é exagerada. "Essa questão não se resolve criminalizando. Para casos graves, já há previsão do crime de lesão corporal. As escolas precisam assumir a responsabilidade e, se tiver de haver punição, que seja aplicada pelos estabelecimentos de ensino", diz. "O problema é que as escolas estão sendo omissas no trato dessa questão", rebate o promotor Thales Cezar de Oliveira.

Quem faz este tipo de lei são advogados, promotores, juízes e sim, eles possuem suas razões. 

Para nós, EDUCADORES e isto inclui professores, pedagogas, coordenadores e diretores de escolas, monitores, agentes educativos, enfim, para todos nós é muito difícil a opção pelo caminho da punição antes da educação.

A instituição escolar deve chamar a responsabilidade para si e evitar que um problema ocorrido dentro da escola vire caso de polícia. Ainda mais sendo situações nas quais a escola está diretamente envolvida como por exemplo, nos casos de bullying.

A escola está em silêncio e muitas devem pensar neste momento: "melhor virar caso de polícia, assim teremos um problema a menos". Porém, este pensamento é muito grave. 

A escola é responsável e deve educar para a formação de alunos e cidadãos! O que ela faz para isso acontecer de verdade? Mandar os alunos para a delegacia é transformá-los em cidadãos?

Mais uma vez eu insisto e vale a pena refletir, afinal:

Quem ganha com a punição?
Quantos ganham com a educação?

Abraços,
Carolina Giannoni Camargo.

terça-feira, 19 de abril de 2011

Professores Felizes

Espanha: Professores satisfeitos com ambiente escolar
Andreia Lobo| 2011-04-13 - Fonte: http://www.educare.pt/educare/Imprimir.aspx?contentid=90393CEFE1CE07B4E0400A0AB8001D4Bchannel=1EE474ED3B3E054C8DCFD48A24FF0E1B&schema=


Estudo sobre convivência escolar realizado em Espanha diz que 90% dos professores "sentem-se bem na escola" e 82% têm "muito orgulho em trabalhar como docente". Apenas 3% dos inquiridos manifestam "um desgaste profundo" com a profissão.

Diagnosticar problemas na vivência diária entre alunos e professores foi o objetivo do estudo realizado pelo Observatório Estatal da Convivência Escolar, em Espanha, cujos resultados foram agora apresentados. Trata-se do mais completo estudo feito até hoje: envolveu 23 100 alunos, 6175 professores, 10 768 famílias e teve início em 2008.
Apesar da satisfação com o ambiente escolar, a falta de disciplina na sala de aula sentida por 21% dos inquiridos neste estudo "é o que os mais desgasta". Como resposta à indisciplina, o professor dever exercer uma "autoridade de referência", diz Maria José Díaz-Aguado, catedrática de Psicologia da Educação, da Universidade Complutense de Madrid, e responsável pela investigação, em declarações ao jornal El País.

Em Portugal, os docentes concordam: "A autoridade pura e dura há muito deixou de funcionar na sala de aula", realça Helena Rangel. Mas do desinteresse dos alunos pela escola, até ao ambiente desejado de empatia e colaboração com os professores, há um longo caminho a percorrer.

"A cultura do esforço foi-se perdendo no contexto escolar." É nesta evidência que a professora de Francês, no 7.º e 8.º ano, encontra uma das razões para a indisciplina na escola. A "ausência de valores" e a "falta de rigor no trabalho" têm também a sua quota de responsabilidade, diz Helena Rangel. Mas o fenómeno não fica completamente contextualizado sem a alusão "à falta de regras que os alunos deveriam começar por adquirir no seio familiar", acrescenta Liliana Ferreira, professora de Inglês no 5.º e 6.º ano.

A investigação trouxe ainda uma novidade que estará a ser por estes dias testada no sistema educativo espanhol: a criação de um instrumento de auto-diagnóstico do ambiente escolar vivido em todo o território. Uma ferramenta informática que permite a recolha de informação junto de professores e alunos, através da resposta a perguntas sobre aspetos como: o desgaste do corpo docente, a qualidade das relações entre alunos ou a eficácia das sanções aplicadas.

Em declarações recentes ao jornal El País, a investigadora responsável pelo estudo salientou que o problema da indisciplina "sempre existiu". Das conclusões, Díaz-Aguado destaca a importância da tomada de consciência social para estas questões. E aponta um caminho: os professores devem exercer uma "autoridade de referência" na sala de aula.

A lecionar a alguns quilómetros da fronteira com Espanha, José Reis conhece bem as diferenças entre os dois sistemas de ensino vizinhos. De todas, anota a que lhe parece mais importante para comparar a realidade educativa dos dois países. "Em Portugal a maior preocupação é com a estatística e as metas [de aprendizagem] e não com a formação do aluno enquanto cidadão."
Sem perder de vista estas diferenças, o professor de História, no 3.º ciclo, esboça um sorriso quando lhe falam em "autoridade através da confiança". Será aplicável à realidade portuguesa? "Estão dados pequenos passos nesse sentido", responde José Reis com algumas reticências. "Daqui a 10 ou 15 anos, talvez seja possível ver essa mudança nas escolas portuguesas", especula lembrando que para isso não contribui o facto de "o trabalho do professor continuar a ser desmerecido", na opinião pública.

Liliana Ferreira, colega de profissão, concorda com o que diz a investigadora Díaz-Aguado: "A confiança que os alunos possam ter no docente ajuda a criar a empatia e respeito pela figura do professor". Mas é menos otimista que José Reis quando se pronuncia sobre a aplicabilidade - ainda que a uma década - da "autoridade de referência" nas escolas portuguesas. "Essa ideia acaba por ser utópica, podemos partir dela mas todos os contextos são diferentes e a solução para a indisciplina não será igual para todos os alunos."

Tendências na convivência

A convivência entre pares foi uma das vertentes analisadas no estudo espanhol. A forma como os alunos se tratam entre si resulta num indicador importante sobre o seu comportamento na escola.
Das respostas obtidas quando era perguntado aos alunos espanhóis se ouviam com frequência o conselho, "quando te baterem, bate também", 27% responderam que não. Por oposição, entre os conselhos mais ouvidos pelos alunos estão várias alternativas à violência: recorrer à autoridade, ignorar o problema ou tentar uma solução pacífica.

Conselhos que, segundo Diáz-Aguado, "são bem diferentes" dos que eram dados noutras épocas e que se aliam ao facto de agora os adolescentes vítimas de violência e perseguição escolar [bullying] tenderem mais a dar conta do problema em casa, aos pais.

Do lado dos professores, 90% afirmam sentir-se bem na escola e classifica a sua situação como boa ou muito boa. Sendo que, "82% dos professores dizem sentir-se muito orgulhosos de trabalharem como docentes", destaca Díaz-Aguado. Apenas uma pequena percentagem, em torno dos 3%, manifesta "um desgaste profundo" com a profissão.

A falta de disciplina na sala de aula que 21% dos professores admite sentir "é o que mais os desgasta", avalia a investigadora que aponta a camaradagem do corpo docente e o apoio da equipa diretiva como essenciais nestas situações.

Um dado obtido e que pode também estar a contribuir para este desgaste dos docentes espanhóis é a percentagem de aluno (4%) que admite perturbar ou impedir os professores de lecionarem as suas aulas. O descontentamento dos alunos com o ambiente escolar é sinalizado pelas respostas de 15% dos inquiridos nas quais afirmam que mudariam de escola, se pudessem.

Indisciplina sempre existiu
"Mas agora provavelmente existe mais", diz Díaz-Aguado. "A revolução tecnológica aumenta a dificuldade para o esforço, a atenção e a memória controlada dos alunos." Resulta claro, para a catedrática da Universidade Complutense de Madrid, que os responsáveis por estas mudanças são "os processos do mundo digital".

Processos esses que "a escola deve ter em conta". "Entre outras coisas, é preciso dar muita mais hipótese de participação aos alunos", diz. "E isto acontece ainda mais com os nativos digitais, ou seja, os alunos que agora estão no ensino básico."

O insucesso escolar e o desinteresse pelas aulas são outros dos fatores que normalmente os investigadores associam à indisciplina. A razão da desmotivação pode estar, segundo Helena Rangel, "nos materiais usados para lecionar nas escolas". Recursos pouco atrativos que perdem em competição com as potencialidades do mundo digital.

Mas a situação pode ser revertida a favor da aprendizagem e do ensino. "Ao usar essas tecnologias na sala de aula o professor aproxima-se da linguagem dos alunos", salienta José Reis, que vê ainda nesta aproximação um fator decisivo para a boa convivência escolar.

Outro contributo "importante" para esta "paz" letiva , passaria pela "credibilização do trabalho docente", diz o professor de História. Uma missão que caberia não apenas às autoridades educativas [Ministério da Educação e Governo], mas também aos meios de comunicação. Algo que permitiria mudar a opinião pública negativa em torno da classe. No entanto, não é esta a realidade portuguesa. "Os media nunca mostram o professor como um símbolo para os alunos ou alguém com uma carga positiva", lamenta.

Autoridade de referência
Como consequência de uma profunda mudança na sociedade, "a forma de mostrar o respeito pela autoridade também mudou", realça Díaz-Aguado. Neste cenário, será verdade a ideia de que o professor perdeu a sua autoridade? Cerca de 58% das famílias inquiridas acreditam que sim, aponta o estudo do Observatório Estatal da Convivência Escolar, contra 42% que respondem não.

Também os pais espanhóis afirmam estar a sentir essa perda de autoridade, segundo o mesmo estudo. Por isso, Díaz-Aguado concluiu: "Não se trata de um problema específico da sala de aula, mas de toda a sociedade." Em todo o caso, como podem a escola e os professores contribuir para a resolução deste problema? "Exercendo a autoridade e transmitindo confiança ao mesmo tempo", resume Díaz-Aguado.

Mas a autoridade de que fala Maria José Díaz-Aguado não se baseia no castigo à mínima falta do aluno. "Trata-se de uma autoridade baseada na confiança, uma autoridade de referência, em oposição à baseada no medo."

É antes uma autoridade que, segundo a investigadora, faz com que os alunos vejam no professor alguém que os ajuda a alcançar os seus objetivos . "Um aliado que está ali para os ajudar, alguém a quem possam acudir para procurar soluções justas para os conflitos."
Segundo o estudo espanhol, "os alunos dos professores que exercem esta autoridade de referência apontam uma melhor convivência" no ambiente escolar. De igual modo, "os diretores que creem que o seu corpo docente exerce este tipo de autoridade indicam melhor convivência nas suas escolas", diz Díaz-Aguado.

A lecionar em duas escolas portuguesas, Liliana Ferreira vive experiências opostas em termos de convivência escolar. "Numa escola, os casos de indisciplina são flagrantes, os alunos desestabilizam as aulas e até agridem os docentes", relata.

Neste cenário, a professora não vê "como viáveis" os princípios defendidos por Díaz-Aguado. "Temos mesmo de recorrer aos castigos para conseguirmos estabelecer os limites do razoável e do que não pode acontecer na sala de aula", explica.

Situação oposta vive na outra escola onde leciona. "O ambiente é completamente diferente", relata a professora, "também existem casos de indisciplina, mas muito menos graves". Esta realidade leva Liliana Ferreira a admitir que o "exemplo da autoridade de referência funciona perfeitamente" nesta escola porque "é possível dialogar com o aluno e chamá-lo à razão".

Ainda assim, "a sanção tem de continuar a existir", lamenta a investigadora espanhola. E neste ponto surge uma outra questão: a da perceção do castigo por parte dos alunos. "Apesar de tudo, o estudo diz-nos que, para os alunos, as sanções são vistas como justas mas ineficazes."
Esta certeza tanto da justiça como a ineficácia das sanções é uma opinião partilhada tanto pelos professores como pelos diretores de escola inquiridos no estudo. Enquanto professora, Helena Rangel vê a questão dos castigos assumir bastante importância na prática letiva. "O conceito de justiça é o que faz funcionar a autoridade dentro da sala de aula", diz.

Remetendo-se para o estudo, Díaz-Aguado reflete sobre a falta de autoridade ao nível familiar. Em particular sobre a incapacidade dos pais de exercerem eles próprios a sua "autoridade de referência" perante os filhos. "As famílias acusam muitas vezes as entidades patronais de abuso de poder, e isso é bom [mostram-se conscientes], mas ainda não encontraram outra forma de evitar que os filhos transgridam os limites."

in www.educare.pt © 2000-2011 Porto Editora

Auto-agressões são prática em 15% dos jovens

Estudo chega à conclusão que os jovens de 14 anos se mutilam de propósito porque não sabem lidar com as emoções. E também não fazem nada quando vêem outros a serem agredidos
Por: Redacção Fonte: http://www.tvi24.iol.pt/sociedade/jovens-agridem-se-de-proposito-bullying-ciberbullying-tvi24--/1246546-4071.html

 
Um estudo da Organização Mundial de Saúde a que o jornal «Público» teve acesso revela que 15, 6 por cento dos jovens portugueses, com uma média de 14 anos e alunos do 6º, 8º e 10º ano, se magoam de propósito. Mais de metade fá-lo nos braços, mas quase sempre em sítios não visíveis.

A investigadora Margarida Gaspar de Matos, coordenadora do estudo para Portugal, explica ao jornal que estes adolescentes o fazem «como forma de auto-regulação emocional», porque se sentem «tristes, irritados e desesperados». Estes jovens são também aqueles que apresentam mais comportamentos de risco: fumam, bebem, têm dificuldade em fazer amigos, mas, por outro lado, são também aqueles que mais provocam. Uma «minoria preocupante» no entender da investigadora, e uma realidade escondida já que são os pais destes jovens que pouco ou nada sabem sobre a vida e os amigos dos filhos.

De dentro para fora, o trabalho, que envolveu 5050 adolescentes de 136 escolas públicas, chega a outra conclusão importante: mais de metade assistiu a brigas no recreio e, destes, dois terços não fez nada. Margarida Gaspar de Matos descreve este comportamento como «uma forma de violência pela passividade».

O bullying tradicional acaba por descambar numa versão moderna que está em crescendo. O ciberbullying já afecta quase 16 por cento destes adolescentes, muito por culpa do tempo que passam à frente do computador. Uma espada de dois bicos, pois, por outro lado, é positivo e colocam Portugal no mesmo patamar que os países mais avançados. As provocações são feitas essencialmente através de mensagem de telemóvel e pelomessenger. Ao «JN», a investigadora sublinha que esta «não é ainda uma realidade alarmante, mas é preciso estar atento».

Há ainda outro senão: 18,8 por cento têm excesso de peso ou são obesos devido às vidas sedentárias. O problema transferiu-se da infância para a adolescência.

Mas, ficamos a saber mais sobre estes jovens. Boas e más notícias. Nota positiva para a quebra no consumo de álcool e tabaco. No entanto, cresce o consumo e haxixe.

Os trabalhos da escola também são alvo do estudo e a parte portuguesa conclui que estes constituem «um stress» para os alunos. Doze por cento, um dos piores resultados entre os 44 países que fazem parte do estudo.


Nota: O resultado acima foi obtido por Portugal.

segunda-feira, 18 de abril de 2011

Semeare - Assessoria Pedagógica em bullying


*   Palestras para pais e alunos
* Curso de Capacitação para educadores "Prevenir e combater o bullying nos espaços escolares" sucesso desde 2009!!
*   Projetos de Prevenção
*   Assessoria nos casos de bullying

Não percam a oportunidade de conhecerem um pouco mais sobre o fenômeno bullying.

Todos contra o Bullying. Todos pela educação.

Contato:
19 81867331
19 97319733
contato.bullying@yahoo.com.br

Grande Abraço,
Carolina Giannoni Camargo

1000000 de visitantes!

Hoje o Blog comemora 1.000.000 de visitas! 1 milhão de pessoas que chegaram até aqui em busca de informações sobre bullying. Obrigada po...