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segunda-feira, 17 de maio de 2010

Casos de bullying em Campinas!

DIJ registra a média de um caso a cada 2 dias; silêncio das vítimas e da família dificulta punição ao agressor



Uma rotina de humilhações, ofensas e violência psicológica sistemática. Assim foram os últimos quatro anos da vida escolar de F.P.M., de 15 anos.

As perseguições começaram na 5ª série, quando o garoto resolveu fazer uma apresentação musical na escola onde estudava. “Nunca gostei de futebol e desses esportes que todo mundo pratica. Sempre gostei de atuar, mas os outros alunos nunca entenderam e começaram a me perseguir”, disse.

Ele conta que passava os recreios sozinhos e os demais colegas se afastaram com medo de também serem motivo de zombaria.

“O mais triste foi quando minha melhor amiga se afastou com medo de também ser discriminada.” Atualmente, o adolescente estuda em outra escola e as agressões passaram, mas as marcas da violência psicológica deixaram cicatrizes. “Ainda tenho medo de que tudo isso volte a acontecer”, disse.

O drama de F.P.M. não chegou a ser denunciado à polícia e mostra que os números da violência nas escolas podem ser muito mais graves do que mostram as estatísticas.

A Delegacia da Infância e Juventude de Campinas tem registrado cerca de 15 casos por mês de violência dentro das escolas da cidade, entre crimes classificados como bullying ou não.

Segundo o delegado titular, Carlos Semionatto, a maior parte das ocorrências sequer chegam ao conhecimento da polícia e os dados estão subdimensionados.

“A polícia costuma ser procurada só em última instância. Achamos incorreto isso porque muitas vezes o agressor já vinha cometendo outras infrações e só denunciam quando a situação é extrema”, afirmou.

A preocupação do delegado é acompanhada pela advertência da promotora da Vara da Infância e Juventude Elisa Divittis Camuzzo.

Ela afirma que, embora o Ministério Público (MP) não possua estatísticas oficiais, os casos de violência escolar vêm aumentando. “Sou promotora há 13 anos em Campinas e percebo que a situação tem se agravado. Vivemos um conflito constante e isso me preocupa. Na cidade, existem algumas iniciativas que procuram tratar os conflitos, mas no momento não tenho percebido resultados, talvez a longo prazo”, disse.

Os casos que correm na Vara da Infância e Juventude ficam sob segredo de Justiça, mas a reportagem teve acesso ao processo de um aluno de 13 anos, de uma escola particular da cidade, que está sendo investigado pelo crime de tráfico de drogas.

Prevenção

A coordenadora da Taba, uma organização social sem fins lucrativos de Campinas, Kelly Vanessa Kirner, realiza um trabalho de prevenção à violência nas escolas municipais da cidade e acredita que a maior exposição dos casos pela imprensa tem ajudado no combate à violência escolar.

“Antes, a maioria dos casos eram velados, agora não. Infelizmente, as escolas da rede pública são as que mais sofrem por causa da falta de infraestrutura, mas sabemos que ocorrem casos na rede privada. O problema é que muitos pais de alunos em locais mais pobres não costumam enxergar a escola como meio de transformação social. A ausência de acompanhamento desses pais do dia a dia dos alunos agrava o quadro”, explicou.

A reportagem da Agência Anhanguera de Notícias (AAN) esteve na Escola Estadual Elvira de Pardo Meo Muraro, localizada no bairro Jardim Florence 1, periferia de Campinas e conversou com pais e alunos.

Durante a saída da escola, a reportagem flagrou dois menores empinando motos na frente do local, enquanto outras crianças saíam da escola.

O aposentado Miguel Jair, é pai de uma aluna da escola e reclamou bastante da segurança no lugar. “A segurança aqui é precária, policiamento não tem, aí essa molecada aproveita aqui”, disse.

O motorista de uma van escolar que não quis se identificar afirmou que a desorganização é comum no local. “Isso aqui é uma baderna, não tem polícia”, disse.

A 2ª Companhia do 47ª Batalhão de Polícia Militar, responsável pela área, informou que a unidade possui apenas duas viaturas para atender cerca de 80 escolas estaduais da região do Campo Grande até a Vila Padre Anchieta e que não tinha conhecimento do problema em frente à escola.

Ameaças e vandalismo

A diretora da escola, Zilda Aparecida Lyra, informou que, na última semana, um aluno de 16 anos chegou a ameaçar um professor de agressão, caso ele não mudasse sua nota. Na ocasião, a ronda policial foi acionada e um boletim de ocorrência foi registrado.

“Temos casos de vandalismos, ameaça a professores e entre alunos, mas a situação vem melhorando. Nossa escola tem 2 mil alunos em três turnos e identificamos que o maior problema é a falta de respeito mútuo. Procuro ser firme no dia a dia para controlar a situação, mas muitas vezes o problema parte de casa. Tem pais que acham que pelo fato de a escola ser pública é terra de ninguém, os filhos apenas reproduzem seu comportamento”, afirmou.

Uma das alternativas encontradas para enfrentar o problema e muito difundida no Brasil é a Justiça restaurativa. A psicóloga Leni Massei trabalha na Vara da Infância e Juventude e foi capacitada no programa. A iniciativa, que reúne as partes envolvidas nos conflitos dentro das escolas, tenta resolver o problema sem a intervenção da Justiça.

“É toda uma ideia de compreensão mútua . Colocamos ofensor e ofendido para conversar e juntos tentarem se entender, é uma ótima iniciativa”, afirmou. Segundo a psicóloga, o trabalho interrompe a ação de criminalização dos desentendimentos dentro das escolas.

(Reportagem de Henrique Beirangê) 

Pessoal, vale lembrar que o autor de bullying precisa de ajuda também!!! Por isso, a necessidade de um trabalho SÉRIO, com ESPECIALISTAS no assunto. 

Abraços, 
Carol! 


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