Fonte: http://www.portugues.rfi.fr/franca/20131126-franca-lanca-campanha-nacional-contra-bullying-nas-escolas-e-redes-sociais
França lança campanha contra "bullying" nas escolas e redes sociais
O governo francês lança hoje uma campanha nacional contra o
"bullying" de crianças e adolescentes nas escolas e na internet, um
fenômeno que ultrapassou as quadras de recreação e já provocou o
suicídio de vários menores nos últimos tempos. A campanha alerta contra
as humilhações veiculadas nos celulares e nas redes sociais,
principalmente no Facebook.
O ministério francês da Educação
quer estimular professores e pais a agir contra o "bullying" (do inglês
bully = “valentão”) e ao mesmo tempo incentivar os adolescentes a
romper o silêncio. Os vídeos da campanha, feitos dentro de salas de
aula, mostram crianças e adolescentes que passaram pelo problema. Eles
dizem que preferiam ter sido protegidos e que a comunidades educativa,
os pais e testemunhas podem e devem ajudar as vítimas.
Mais da metade das agressões observadas na França envolvem
adolescentes de 12 a 14 anos, sendo que as meninas são as primeiras
vítimas. As formas de assédio mais comuns são a publicação de fotos
íntimas dos jovens sem o seu consentimento na internet, comentários
ofensivos sobre a aparência física dos estudantes, xingamentos e outros
insultos verbais, além de agressões físicas intencionais e repetitivas.
Muitas vezes o "bullying" acontece sem motivação evidente, mas causa
dor, angústia e até atitudes desesperadas como o suicídio dos jovens.
Os alunos que testemunham o "bullying" convivem com a violência e
frequentemente se calam com medo de se tornar as “próximas vítimas” do
agressor. Segundo especialistas, as crianças ou adolescentes que sofrem "bullying" podem se tornar adultos com sentimentos negativos e baixa autoestima.
Na França, os professores são acusados de passividade diante do
fenômeno. Especialistas reconhecem que as fronteiras entre a escola e a
vida familiar são porosas. Uma briga que começa na escola pode continuar
até a madrugada na cama do adolescente, nas mensagens de celular e
redes sociais. Os pais, que poderiam exercer um papel fundamental de
proteção, muitas vezes desconhecem a situação.
Os dados sobre o número de alunos franceses vítimas de "bullying"
varia, segundo a fonte. A ensaísta Catherine Blaya, autora de uma
síntese internacional sobre as atitudes de risco e a violência dos
adolescentes na internet, calcula que 6% dos estudantes franceses são
vítimas de "bullying" no espaço virtual. A associação "E-Enfance"
(e-infância), que propõe uma plataforma de escuta para as jovens vítimas
e faz um trabalho de sensibilização nos colégios, afirma que há dois
anos o "bullying" atingia 15% da população escolar do ensino médio e
hoje pulou para 22%.
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